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quinta-feira, 16 de abril de 2015


LULA FOI CAPA DA EDIÇÃO NÚMERO 100 DA“REVISTA DO BRASIL”,
 PRODUZIDA PELA EDITORA GRÁFICA ATITUDE

Avesso a entrevistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi capa da edição número
 100 da “Revista do Brasil”, produzida pela Editora Gráfica Atitude que passou a ser
investigada na 12ª fase da Operação Lava Jato. O tesoureiro licenciado do PT João
Vaccari Neto é acusado de usar a firma para lavar dinheiro de propina repassada para
 o PT de empresas com contratos na Petrobrás. Uma fornecedora da Petrobrás repassou
 ao menos R$ 1,5 milhão para a gráfica a pedido de Vaccari.
A revista editada pela Gráfica Atitude também já colocou a presidente Dilma Rousseff
na capa na véspera da campanha de 2010. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) puniu
a gráfica e a CUT por propaganda ilegal da petista na época quando a disputa era contra
 o tucano José Serra.
A entrevista exclusiva com o ex-presidente Lula foi publicada a cinco dias do segundo
 turno da eleição presidencial de 2014. Com a disputa acirrada, o ex-presidente fez críticas
 ao adversário da então candidata Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB). Lula
não foi questionado pela publicação sobre temas incômodos ao PT ou à campanha de
 Dilma.
Um dos alvos de Lula foi o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, eventual
 ministro da Fazenda de Aécio. “Ele não é nenhuma arrumadeira, porque quando estava
 no Banco Central ajudou a desarrumar a economia deste país. Ele, na verdade, é um
desarrumador de casa. Quem arrumou a casa fomos nós.” O ex-presidente Fernando
 Henrique Cardoso também foi alvo de críticas do petista. “Tem muita gente que tem
 30 anos hoje e nem lembra que o Fernando Henrique Cardoso foi presidente da
República. Há uma tentativa de ressuscitá-lo como porta-voz de um partido que não se
 comporta como partido de oposição, porque não tem um programa alternativo para a
sociedade.”
Delações. Na entrevista, Lula questionou as delações premiadas ao comentar a Operação
Lava Jato na entrevista exclusiva à revista. “O que foi prometido para esses senhores na
delação premiada? Será que foi só diminuir a pena ou será que foi prometido “se o PT for
 derrotado, poderá ter mais coisas?” A gente não sabe.” Quatro delatores acusaram
Vaccari de ser operador do PT no esquema de corrupção da Petrobrás.
O ex-presidente disse que estava “muito preocupado” porque “tenho a impressão de que
neste país tem sempre uma tentativa de golpe. Tem sempre um Carlos Lacerda querendo
 derrubar alguém.” E condenou a decisão do juiz Sérgio Mouro de excluir o sigilo do
 processo. “Estranhamente, como a Suprema Corte reivindicou o processo para lá, o juiz
convoca as pessoas para depor e colocar na internet o depoimento, quase como se fosse
 uma ação política, quase como se fosse “vamos fazer um depoimento agora para dar
material de campanha para os adversários do PT”. Se daqui a três ou quatro meses for
 provado que não é verdade aquilo que ele falou, o prejuízo está feito. É gravíssimo o que
 está acontecendo, às vezes me cheira a tentativa de golpe mesmo, de colocar em risco
o processo democrático”.
O coordenador de planejamento editorial da Gráfica, Paulo Salvador, afirmou que nunca
tratou de patrocínios para a empresa com o tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Salvador,
 contudo, evitou responder ao ser questionado sobre a delação do executivo Augusto
Mendonça, que afirmou ter depositado valores na conta da gráfica a pedido de Vaccari.
 “Não recebemos nenhuma demanda da Justiça ainda.”
Ele afirmou que a empresa não pertence ao PT ou à CUT, mas possui uma “afinidade
política” com a sigla nos temas que aborda em suas publicações. (AE)
fonte: Diario do Poder

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