Translate

quinta-feira, 23 de abril de 2015


CPI: executivo admite encontros com

 Vaccari e doação ao PT a pedido de

 Duque

Empresário da Toyo Setal disse ainda que propina na Diretoria de

 Serviços era generalizada. E que diretores da estatal se associaram

 ao clube do bilhão a partir de 2005



Audiência pública para ouvir o depoimento do presidente da Setal Engenharia e Executivo da Toyo Setal Empreendimentos Ltda, Augusto Mendonça Neto
Mendonça fala à CPI(Agência Câmara/Divulgação)
O executivo da Toyo Setal, Augusto Mendonça, um dos delatores do 
esquema do petrolão, falou por mais de sete horas nesta quinta-feira à
CPI da Petrobras. Ele admitiu que fez doações eleitorais ao PT a pedido
 de Renato Duque, então diretor de serviços da Petrobras - e que, segundo
 o próprio Mendonça, também cobrava propina em contratos da estatal.
 Também afirmou ter se reunido com o tesoureiro do PT, João Vaccari 
Neto, aproximadamente dez vezes. O primeiro dos encontros, segundo 
o empresário, se deu em 2008, quando Vaccari ainda não ocupava a 
Secretaria de Finanças do partido. O executivo reconheceu que Duque
 lhe pediu que procurasse especificamente por Vaccari na sede do PT
em São Paulo, para tratar de doações eleitorais.
Além de confirmar as doações feitas ao PT a pedido de Duque, o executivo 
afirmou que esses valores eram descontados da contabilidade da propina
 cobrada pelo então diretor. "Os pagamentos que eu identifiquei no meu
 depoimento e somam aproximadamente 24 milhões foram feitos a pedido
de Renato Duque. Esses pagamentos eram vinculados a valores que eu
 deveria passara para ele", afirmou o depoente. Ele disse ainda que João
 Vaccari Neto lhe telefonava para cobrar os pagamentos quando havia 
atraso de doações prometidas. "Do lado da diretoria de Serviços foram
feitos pagamentos, a maior parte deles no exterior, e foram feitas 
contribuições ao Partido dos Trabalhadores a pedido de Renato Duque",
 afirmou o executivo.
"Duque nunca verbalizou 'se você não contribuir vou te atrapalhar',
 mas era uma coisa muito visível, muito evidente. A contribuição ali era 
no sentido de não ser atrapalhado", afirmou o depoente, que fechou acordo
 de delação premiada com a Justiça. As informações confirmam a tese dos
 investigadores, de que parte da propina que circulava no esquema foi paga
 via contribuições eleitorais legais em 2010. Ainda sobre a campanha 
daquele ano, Mendonça afirmou ter se encontrado com o ex-presidente 
Lula. "Naquela oportunidade, conversei com todos os candidatos à
 presidência. Com a Dilma também estive algumas vezes", disse o executivo.
 Ele ainda informou que se reuniu com o ex-ministro e mensaleiro 
condenado José Dirceu "algumas vezes" para tratar de assuntos do 
mercado offhore.
Augusto Mendonça também confirmou que sua companhia repassou 
2,5 milhões de reais para a gráfica Atitude, ligada ao Sindicato dos
 Bancários de São Paulo. Oficialmente, o valor foi usado para a compra
 de um espaço publicitário em uma revista. Os investigadores da Lava
Jato estão convencidos de que a Atitude era usada por Vaccari para
 receber propina de empresas como a Toyo Setal. Diante das revelações
 sobre os encontros com Vaccari antes mesmo do petista se tornar
 tesoureiro do partido, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) sentenciou:
 "Em 2008 ele era agente de propina. Ele era assaltante da Petrobras. 
E foi nessa condição que o senhor falou com ele". Vaccari sempre negou
 ter arrecadado recursos para o PT antes de assumir o cargo de tesoureiro,
 em 2010.
Cartel - Em seu depoimento, Augusto Mendonça também afirmou que o 
cartel de empreiteiras formado para combinar o resultado de licitações
 da Petrobras só se associou a diretores da estatal a partir de 2005, durante
 o governo Lula. O empresário disse que o chamado "clube do bilhão" 
surgiu na segunda metade dos anos 1990 - mas, naquela época, não havia
 conluio com diretores da estatal. Isso só ocorreria anos depois, já durante
 a administração petista.
"Lá pelo ano de 2005, 2006 o grupo foi ampliado e ganhou efetividade.
 Ou seja, tinha mais condição de funcionar a partir do instante em que
 houve uma combinação, com os diretores da Petrobras, das empresas 
que seriam convidadas para participar das licitações", disse ele.
O depoente afirmou também que a cobrança de propina se dava de forma
 generalizada dentro das diretorias de Serviços, comandada por Renato
 Duque, e de Abastecimento, sob o comando de Paulo Roberto Costa.
 "Essas duas diretorias só conseguiram fazer isso porque atuavam em 
conjunto", disse ele. Além dos dois diretores, ele afirmou que tratava de
 propina com Pedro Barusco, que era gerente sob o comando de Duque. 
"Essas três pessoas são as pessoas que eu sei que estavam envolvidas 
dentro da Petrobras".
Embora afirme não saber de desvios em outras áreas da Petrobras, o
 depoente admitiu que o sistema de contratação deixava brechas. 
"Não tenho a menor dúvida de que, dentro desse relacionamento entre
 a Petrobras e as empresas fornecedoras, existem diversas oportunidades
 de corrupção", disse ele.
O executivo também disse que começou a pagar propina depois de ser
 procurado pelo ex-deputado José Janene (PP-PR), por volta de 2007. 
"Ele se colocou como o responsável pela indicação do Paulo Roberto Costa 
e afirmou que, se nós não fizéssemos uma contribuição a ele ou ao
 Paulo Roberto em nome dele, nós seríamos duramente penalizados",
 disse ele. Mendonça relatou que o então deputado, que morreu em 
setembro de 2010, indicou o doleiro Alberto Youssef como o responsável
 pelo recebimento da propina

Um comentário:

  1. ...cada vez mais sujo esse filme do PT ! Porcaria de gente que usou a boa fé do povo brasileiro para roubar e deixar o país de rastos. Vão pagar por isso. O Brasil não vai esquecer. Vão gozar os milhões roubados no inferno.

    ResponderExcluir

Não serão publicados comentários sem identificação do autor.
Também serão rejeitadas palavras de baixo calão e mensagens-propaganda, onde serão consideradas spams.