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sexta-feira, 8 de maio de 2015

Para vencedores do Nobel, Dilma é cúmplice de ditaduras

Llosa
Llosa com Mitzy Capriles e Lilian Tintori, esposas de dois presos políticos na Venezuela de Maduro: Antonio Ledezma e Leopoldo López
1) Primeiro foi Mario Vargas Llosa, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2010.
O escritor reprovou na quinta-feira (26), em Lima, no Peru, o silêncio dos governos latino-americanos – o que obviamente inclui o Brasil – diante da repressão da ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela:
“É natural que Cuba ou Nicarágua não protestem, mas como se pode explicar ou aceitar que governos que nasceram em eleições democráticas se recusem a condenar o governo venezuelano e a mostrar-se ativamente solidários com os milhões de venezuelanos que só querem para a Venezuela o que temos em nossos países?”, questionou.
“Como é possível que olhem para o outro lado e atuem em cumplicidade com quem está destruindo a Venezuela transformando-a em uma segunda Cuba?”
De acordo com o recém-publicado relatório da Anistia Internacional, a repressão de Maduro durante os protestos de 2014 teve como resultado:
- 43 pessoas foram mortas;
- 3.351 detidas de forma arbitrária;
- 1.404 enfrentando processos;
- 25 ainda na prisão aguardando julgamento;
- Dezenas de casos de detentos vítimas de tortura também foram documentados, incluindo abusos sexuais, queimaduras, asfixias e eletrochoques.
Avicenna Prize for Nobel Peace Prize Laureate Shirin Ebadi
Shirin Ebadi: uma vida dedicada à defesa das vítimas da opressão no Irã
2) Depois foi a vez de Shirin Ebadi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2003.
A advogada iraniana reprovou nesta sexta-feira (27) a decisão do Itamaraty de se abster na votação da ONU sobre as violações de direitos humanos no Irã:
“Muitos defensores de direitos humanos no Irã estão surpresos pela abstenção do Brasil e por ter ficado em silêncio sobre esse assunto, especialmente quando o Irã tem centenas de prisioneiros de consciência, minorias religiosas enfrentam perseguições, sindicatos são reprimidos e as autoridades estão preparando a introdução de leis ainda mais discriminatórias contra as mulheres”.
Ebadi deu nome aos bois, quer dizer, à vaca:
“Onde está a forte liderança que a presidente Dilma Rousseff mostrou no passado?”
“Esperamos que Dilma, como uma presidente mulher, preste atenção à situação de discriminação contra a mulher no Irã e esteja ciente de que, neste país e de acordo com as leis:
- um homem é autorizado a ter quatro esposas,
- uma testemunha de duas mulheres é equivalente a de um homem,
- e que se as mulheres insistem em ir a um estádio ver uma partida de vôlei, como Ghonchen Ghavami, elas devem permanecer um tempo na prisão e pegar uma multa”.
Como queríamos demonstrar:
Dilma nunca lutou por democracia e liberdade. Mas, com sorte, ainda pode ganhar o prêmio Nobel de cinismo ou matemática.

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