Por: Otávio Henrique
Com a proximidade das eleições municipais de 2016 e como a corrida contra
o tempo para os atuais políticos que
exercem cargos eletivos
já está se encerrando,
pois, o prazo para realizar obras públicas e ações de governo se
encerrará em maio de 2016,o tempo torna-se implacável e
agora falta
menos de um ano e quem fez, fez... quem não fez, não
faz
mais...
É importante traçar um pequeno esboço da
política amargosense em sua história recente; aliás, colocar na
balança os governos petista e
psdebista e suas respectivas
lideranças.
O
aparecimento da
estrela
petista contrasta com sua
decadência no município de
Amargosa. A era Valmir Sampaio (PT-BA) experimentou sua ascensão estribando-se num discurso de campanha contra
a corrupção e os desmandos de Rosalvinho
Sales (SEM PARTIDO) com seus cheques-sem-fundos, no favoritismo
do momento onde o Lula ascende ao
poder com políticas de
inclusão social que soergueria a popularidade de qualquer
tímido
político e, assim aconteceu
com Valmir e, sobretudo, no
oportunismo se servindo da família Silva ( da atual gestora) por duas vezes
para angariar sucesso nas urnas.
O otimismo do primeiro mandato petista foi impressionante e colheu
os louros em uma reeleição. No
entanto,
o segundo mandato
deu uma falsa impressão ao
prefeito de invencibilidade, de está nascendo um Josué Melo, um João Sales dos tempos modernos, ledo engano. Impressionou a qualquer filho de Amargosa a entrevista que essa
liderança deu ao jornal “Voz da Bahia” (publicado
em 16/09/2011) onde se referia
ao
seu governo como o melhor
da história da cidade; apontava os indicadores da educação como os
melhores da Bahia; e, se não
bastasse, quando indagado sobre
a sua sucessão ele dispararia
uma pérola: “o meu candidato é quem no meu grupo político der
continuidade aos meus projetos!”. Quais
projetos?
E o melhor administrador teve oportunidade de
comprovar este favoritismo com a inusitada
visita da Controladoria Geral da União (CGU) em Amargosa – para
nossa sorte e nossa alegria – constatando
que a transparência do “pedacinho de
Brasil” estava
turvada
por inúmeras não-conformidades
na gestão de convênios federais, no cuidado com a merenda escolar, em licitações para o transporte escolar
e,
sobretudo, em projetos
que foram tão divulgados e que não foram
concluídos como a empacotadeira e a unidade de processamento e beneficiamento de
castanha ou estão sendo tocados pela atual gestão como a creche do Bairro da Katiara. E, daí em diante, a “estrela foi cadente”, suas contas
foram reprovadas pelo
Tribunal de Contas do Estado da Bahia
e,
coroando “o melhor governo
da história da cidade”, a Câmara
de vereadores rejeita suas contas e o torna
inelegível pelos próximos
oito anos.
Já é de costume do lulo-petismo retirar figuras da cartola e enfiar goela abaixo da população. Com a Dilma deu certo e já estamos vendo às consequências que não é preciso elencar; com a agremiação do PT em Amargosa, não emplacou o nome
de Júlio Pinheiro (PT-BA), que além de sofrer uma esmagadora derrota da atual prefeita Karina Silva (PSB-BA) também simbolizaria,
como bem
disse o
gestor Valmir, a continuidade de seus
derrotados “projetos” que traziam a marca
dos desmandos do seu partido no governo
federal, no estado e,
muito mais, em seu próprio município.
A agremiação petista em
Amargosa perdeu a
liga, falta
alinhamento com o governo Rui
Costa por conta dos compromissos assumidos
nas
campanhas de governo do estado e de deputado e o líder encontra-se cassado seus direitos políticos e fadado a comparecer ao tribunal vez
ou outra para responder os inúmeros processos e pagar suas respectivas multas. Triste fim “para fazer
muito mais”!
A ascensão súbita de
Karina Silva, de
antemão, demonstra a maioridade política do povo de Amargosa que
não
se deixa ser enganado por
promessas eleitoreiras, pelo continuísmo de ações de
governo
equivocadas e, acima
de tudo, por políticos
trancafiados em
seu gabinete e distante
do povo.
O vôo da pomba do PSB teve um empurrãozinho de duas lideranças que estão
fora mas não mortas, basta ver qualquer pesquisa informal de favoritismo das próximas
eleições, o empresário
Dal
(PSD-BA) e o ex-prefeito Rosalvinho, mesmo não sendo postos em
evidência, demonstraram que
estão mais vivos do que
nunca, basta ver os números de
sua candidata
ao
legislativo e
a corrida de Rosalvinho para angariar votos para
seu aliado à Assembleia Legislativa da Bahia que
deu certo.
Com pouco mais de um
ano
para o fim do mandato de Karina Silva algumas considerações poderão ser
feitas com relação a sua
condução ao governo municipal:
utilizando o discurso da “herança maldita”
do PT, não se viu uma marca de governo e obras estruturantes, o governo paira no “arroz e feijão” da gestão, consertando os maus feitos, pegando no tranco e resolvendo questões contingenciais da governabilidade. Não veremos obras de infraestrutura, não veremos resolução do imbróglio do término da
ampliação do Hospital Municipal e nem podemos esperar a ‘Casa de parto’ defendida
em campanha.
O que se falar de Karina Silva
e de seu partido? Tanto a gestora quanto sua agremiação temem à
militância, tirando o cabide de contratados e cargos políticos que são coagidos a comparecerem a atos de governo ou não, tirando isso, o núcleo
de sustentação de
sua sigla, se resume a algumas poucas lideranças que
já possuem um discurso repetitivo e
uma cansada credibilidade. Não se fala em novas filiações, novas
lideranças e assumir um ar novo em
sua
visão partidária. Neste
último aspecto, talvez, seja o mal das esquerdas.
Há ainda um saudosismo
por parte dos eleitores e
amargosenses, em tentar ver na figura de Karina Silva à imagem da gestora Iraci Silva. São do mesmo sangue, mas, duas visões de gestão municipal completamente distinta. A filha
cumpre uma cartilha de governo sem muita inovação
e sem visão estratégica no campo político; a
mãe, o último exemplar da pura
esquerda, com uma visão além de seu tempo, gestora dinâmica
e atenta nas flexibilizações políticas e
metas que queria alcançar. Com
isso, creio que
se fecha um ciclo no qual comparações
não podem avançar.
Creio que a política em Amargosa nos deixa algumas lições
e nos faz
algumas observações que precisamos
ter em conta na proximidade
dos tempos de
eleições municipais. A sorte ou azar do destino político coloca
em
vala-comum Valmir Sampaio e Rosalvinho Sales, este vem cumprindo
sua sentença e tirando lições para
sua trajetória política, o primeiro irá aprender, ainda mais, que a lei do retorno na política
tarda mais não falha; E, a esses que se dizem líderes, deverão está com os olhos bem abertos, pois, o povo tem se tornado cada vez mais politizado e não pode mais ser concebido como massa de manobra
por receber as migalhas de uma ajuda no processo de aposentadoria,
numa ambulância para levar
um familiar, numas
poucas horas de arado, num tampinha nas costa
ou, sobretudo, no jeitinho
das ditas lideranças que se escondem atrás de um deputado, de
um partido e na saúde ou na doença de sua
população.
Política se faz com a razão e o coração. Política é
serviço ao povo, e sem distinção. O poder é delegado para o bem de todos e não
de alguns. O gosto pela política deve ser de todos, pois, todos devem se sentir
comprometidos com o bem comum. Amargosa espera muito mais responsabilidade do
seu povo e nenhuma crítica que não seja construtiva. Quem ama o povo se
compromete e soma esforços, não fica só nas intrigas de bastidores. A
construção do progresso, desenvolvimento e crescimento é tarefa de todos!
*Otávio
Henrique é filho de Amargosa, acadêmico de Direito.